sábado, 27 de fevereiro de 2010

Previsões, leva-as o vento



A tempestade que ontem se abateu sobre o país foi amplamente anunciada na Comunicação Social. Depois do desastre das previsões acerca do que aconteceu na Madeira, o Instituto de Meteorologia não podia fazer a coisa por menos, e declarou o alerta vermelho para quase todo o Norte e Centro do país, conforme pode ser visto na primeira imagem acima. Conforme se pode observar nas próprias páginas do IM, o alerta vermelho relativamente ao vento é considerado quando a velocidade média do vento ultrapassa os 90 Km/h.

O problema é que os valores previstos ficaram muito longe da realidade. A observação dos próprios dados do IM, no período mais crítico, e que está visível na segunda imagem acima, revela que às 16 horas, a velocidade máxima havia sido registada no Porto, com cerca de 60Km/h. Esta velocidade do vento nem sequer o alerta laranja justifica! No site do SNIRH são disponibilizados dados muito mais detalhados, que confirmam os dados dos ventos médios. A primeira imagem na segunda linha acima é relativa à estação mais a norte, supostamente onde os impactos seriam máximos. Apenas momentaneamente passou os 40 Km/h. Pelo resto do país as velocidades apenas ligeiramente superaram os 60 Km/h, conforme se pode ver nas imagens seguintes.

A verdade final é que as previsões do Instituto de Meteorologia sairam completamente furadas. Os ventos passaram muito ao largo da costa portuguesa, revelando as ineficiências das previsões, mesmo a algumas horas de distância!

Cobardia eólica

É sabido que a energia eólica funciona com o vento. Quando ele existe, claro! Muitas pessoas desconhecem todavia que vento a mais é um problema. E hoje fica aqui o registo para a posteridade do que acontece à produção eólica quando há algum vento a mais. No gráfico ao lado, verifica-se em primeiro lugar que a diferença entre a potência prevista e a efectivamente gerada é muito significativa. Parece que quem faz as previsões não sabe bem o que acontece quando há um alerta vermelho meteorológico relativo a vento. Registe-se igualmente que o pico de vento sentido nesta tempestade, que afectou Portugal, ocorreu a meio da tarde, quando a produção de energia eólica foi a mínima observada durante o dia...

Alqueva: sempre a bombar desperdício


Depois de há dois meses o Instituto de Meteorologia estar preocupado com a seca, o país rapidamente passou para as preocupações com as cheias. Logo no início de Janeiro, observamos que a energia desperdiçada constituía energia suficiente para alimentar cerca de 3200 famílias portuguesas durante todo o ano de 2010! E outras notícias deram conta das consequências, felizmente não envolvendo percas humanas. E posteriormente confirmamos que a energia desperdiçada nesses primeiros dias era equivalente à energia gerada pelo MARL também num ano.

Passado mais de um mês, pode-se fazer novo balanço. Desde então para cá, o Alqueva continuou a bombar. A bombagem reversível durante este ano, até ao passado dia 25 de Fevereiro (os dados disponíveis neste momento), consumiu quase 22GWh. Esta energia é a suficiente para abastecer 7300 famílias durante um ano completo, ou o equivalente a quase 3 meses de produção da central solar da Amareleja! Verificaram-se, igualmente durante esse período, descargas de 936hm3, o que já representa um desperdício superior a 20% da sua capacidade de armazenamento (que é de 4150hm3). Este volume de descargas é muito superior (mais de 7 vezes) à água que foi bombada durante estes dois primeiros meses de 2010, pelo que efectivamente foi desperdiçada claramente toda a energia dispendida na bombagem reversível. Ou dito de outras forma, a água descarregada no Alqueva este ano daria, caso fosse possível aproveitá-la, para produzir tanta energia quanto a Amareleja produz em dois anos!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CO2 na escola

Um leitor atento indicou-me um post de Antón Uriarte, no seu blog, relativo ao tema das concentrações de CO2, na atmosfera interior de uma escola. O artigo referencia um paper de Griffiths et al., Control of CO2 in a naturally ventilated classroom, na revista Energy and Buildings, que estudou as concentrações de CO2 numa sala de aula.

Pelo gráfico acima, rapidamente percebemos, como diz Uriarte, que as nossas criancinhas já há muito teriam morrido, se o CO2 fosse assim tão mau como o pintam. Reparem como o pico supera os 3000 ppm de CO2, quase uma grandez acima das concentrações na atmosfera. Vale a pena ler o artigo na totalidade, para perceber mais em detalhe as evoluções dos valores. Na Internet há mais artigos sobre o tema, como este, que também detalha como podem ser atingidas grandes concentrações de CO2, derivado da respiração dos docentes e alunos...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Quebra de confiança

Os alarmistas não encaixam o que se está a passar... Alguns, os mais soft, até já começam a acordar, como é o caso do Andrew Revkin, do New York Times, que ontem tem um artigo que merece uma leitura atenta. Nele se refere, entre outros aspectos, que a evolução explosiva da blogosfera é uma força disruptiva nos domínios das discussões climáticas e da energia. E dá o exemplo de Anthony Watts, que detém já alguns prémios de melhor blog, e com várias dezenas de milhões de visitas em apenas pouco mais de dois anos.

Falando de Watts Up With That, há hoje um artigo sobre uma experiência blogosférica desenvolvida por Judith Curry, do Georgia Institute of Technology. Fala-se de muita coisa aqui abordada, mas de uma dimensão que todos pensávamos existir na ciência, mas que hoje está quebrada: a dimensão da confiança!

É por isso que os mais alarmistas ainda não entendem o que se passa. Como o do artigo de hoje no desmogblog.com. Richard Littlemore não compreende como dois inquéritos de opinião nos Estados Unidos e Reino Unido mostram um colapso na convicção de as alterações climáticas serem um assunto premente. Parece impossível, para ele, que a população não continue a acreditar cegamente nos argumentos dos alarmistas. Para estes, a ciência continua a não ter discussão, pelo que a população tem que ter cuidado naquilo que lê. Naquilo que os alarmistas propagandeiam, digo eu!

Actualização: Um leitor enviou-me um link para um artigo da BBC, que cita o president da Academia Nacional das Ciências doa EUA, Ralph Cicerone, como tendo dito que "There is some evidence that the distrust has spread," e que "There is a feeling that scientists are suppressing dissent, stifling their competitors through conspiracies.". Não é que Cicerone seja de confiança, mas talvez também já esteja a ver a luz...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Areia para os olhos dos madeirenses

A história do radar meteorológico para a Madeira tem sido a forma que o IM arranjou para disfarçar o seu inqualificável falhanço na previsão do dilúvio que se abateu sobre a Madeira, no passado fim de semana. Como diz o DN, foi necessária a ocorrência de uma tragédia da dimensão da que agora aconteceu na Madeira para o Ministério da Ciência e da Tecnologia, Mariano Gago, dar luz verde à instalação de um radar meteorológico no arquipélago.

O Ministro diz que o radar até foi anunciado antes da tragédia, na semana passada, no dia 16. Ele esquece-se é de dizer que já deu luz verde ao projecto em 2008, mas que se esqueceu de avançar com o financiamento. À TSF, Adérito Serrão, presidente do Instituto de Meteorologia, afirmou que a instalação de um radar meteorológico na Madeira "entrou no quadro de preocupações" do IM, mas não quis precisar uma data para a colocação do aparelho pois esta implica "capacidade de financiamento". Mas para Victor Prior, delegado do IM na Madeira, a coisa não é bem assim, sendo que ele dizia antes da tragédia, na semana passada:

Seguramente que será um bom investimento, daqui por três a cinco anos. É algo em que o IM está empenhado e eu, como meteorologista, sinto também a falta desse equipamento que nos permite fazer uma vigilância à volta da Madeira de cerca de 200 quilómetros

Mas, para que serve o radar? Segundo o presidente do IM, a inexistência de um radar na ilha "dificulta a previsão destes fenómenos que poderiam ser antecipados entre quatro a cinco horas antes de tudo acontecer". Mas para o Ministro, que falava hoje na Assembleia da República, o radar permite "antecipar talvez em duas ou três horas o alerta emitido". O Delegado do IM na Madeira, esclarece:

O nosso interlocutor considera que as informações por radar são das mais importantes em termos de observação meteorológica, possibilitando acompanhar de 5 em 5 minutos a evolução de células conectivas, associadas a situações de precipitação intensa, em vez dos actuais 15 minutos através das imagens de satélite, com um atraso de 5 a 10 minutos.

Afinal, eles até têm imagens de satélite, que são actualizadas de 15 em 15 minutos!!! O radar permite acompanhar de 5 em 5 minutos. Ainda estão a seguir o raciocínio do Adérito e do Ministro?

E quanto é que custa? A maioria diz que são dois milhões de euros. No Jornal da Madeira, o investimento é de 3 a 4 milhões de euros. Não fiquem admirados se a coisa derrapar muito...

Pensando bem, os radares também não funcionam sozinhos. O problema parece ser diferente: o de tratar os dados de satélite, os tais que até estão disponíveis de 15 em 15 minutos. Será que há quem trate disto localmente na Madeira? Uma rápida observação ao "Plano de Actividades 2009" do Instituto de Meteorologia (o último disponível) revela (pag. 139 e seguintes) que são 20 os recursos humanos da Delegação Regional da Madeira (DRM). Repare-se na Memória Descritiva das Actividades da DRM, com especial destaque para as da DRM02:

DRM01Criar condições para uma maior frequência no referente às manutenções periódicas às estações (Estações Meteorológicas Automáticas e Clássicas).
Substituição de alguns equipamentos das Estações Clássicas com particular destaque para as estações dos Aeroportos da Madeira e Porto Santo.
Acções de formação nos locais de trabalho dadas por pessoal do COBE e do CMAE.
Promover conjuntamente com outras UO do IM a instalação de pelo menos mais duas Estações Meteorológicas Automáticas.
DRM02Centro Meteorológico do Aeroporto do Porto Santo: Substituição do pavimento em 2 salas, substituição de persianas das janelas, arranjos e pintura da vedação do parque meteorológico. Colocação de uma protecção no varandim que ladeia o Centro.
Centro Meteorológico do Aeroporto da Madeira: Substituição dos pavimentos, arranjo nas canalizações, loiças sanitárias.
Observatório do Funchal: Substituição dos pavimentos em 4 salas, arranjos e envernizamento do pavimento em 3 salas. Arranjo nos sanitários (homens), substituição de loiças, chão, azulejos de paredes e 2 portas interiores. Substituição da rede de água antiga (50 anos).

Resumindo, sem ovos não se fazem omoletes. Mas de que vale a pena ter os ovos, se não se têm quem os cozinhe???

Confiança congelada

Os mercados financeiros vivem muito da confiança existente na Sociedade. E hoje saiu um indicador importante, o Índice do clima de negócios Ifo, da Alemanha. Este Índice é baseado nas respostas a 7000 inquéritos, efectuados mensalmente a empresas na área da indústria, construção, comércio e retalho. Pergunta-se o estado de negócios actual e as expectativas para os seis meses seguintes. O Índice, que tem vindo a subir sistematicamente nos últimos onze meses, caiu este mês para 95.2, comparados com os 95.8 do mês anterior.

Perguntarão os leitores do blog, o que tem isto a ver com as notícias aqui habitualmente publicadas? É que segundo a Bloomberg, a descida na confiança deveu-se ao Inverno mais frio dos últimos 14 anos, que afectaram gravemente as vendas de retalho e a construção. As temperaturas abaixo da média e a neve pararam a construção, obrigando as empresas a reduzir a contratação. Para o presidente do Ifo, Hans-Werner Sinn há todavia esperança: "The economic recovery is expected to continue when winter is over,"

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Citações de um cientista da NASA


Gavin Schmidt é um cientista da NASA, cujo trabalho com temperaturas foi corrigido por Steve McIntyre, do blog Climate Audit. Este foi citado num recente artigo de um jornal canadiano como o responsável pelo melhor blog dos cépticos. Com toda a razão! Mas Schmidt não concorda! Por isso, não percam a melhor parte do artigo, que está reservada para o penúltimo parágrafo:

One little-known irony of the debate is that for all the harsh words, many scientists have a grudging respect for Mr. McIntyre's intelligence. "He could be a scientific superstar," Mr. Schmidt says. "He's a smart person. He could be adding to the sum total of human knowledge, but in effect he adds to the reduction of the sum total of human knowledge."

Em função destas palavras, será que alguém sabe qual é que foi a soma da redução do somatório total do conhecimento humano, de Galileu???

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Tragédia na Madeira

Num dia que é de luto para muitos Madeirenses, pela tragédia que se abateu sob a forma de dilúvio sobre a ilha, interessa saber como a comunidade meteorológica se comportou neste domínio. Afinal, se eles são capazes de prever o Aquecimento Global, deviam ser capazes de alertar adequadamente a população e os responsáveis.

No Diário de Notícias do Funchal, na quinta-feira, o delegado do Instituto da Meteorologia na Madeira, Vítor Prior, avançou com "O pior já passou, em termos de precipitação". Quanto a previsões para hoje, nada! A edição de hoje, que saiu para as bancas, está exposta acima à esquerda. Dá para perceber o que falhou!

No Jornal da Madeira, ontem, falava-se dos valores especiais de quinta-feira. Previsão para hoje: "Depois, no sábado, voltam os aguaceiros, com o vento a soprar forte". Todavia, a edição de hoje trazia na primeira página uma notícia mais adequada, conforme se pode ver pela segunda imagem acima. O texto assume que existia algum conhecimento para a situação, pelo que quem ainda conseguiu hoje ler o jornal ficou avisado, pelo menos para a parte da tarde: "Face às previsões meteorológicas para hoje, que apontam para chuva e vento muito forte em toda a ilha a partir da madrugada, mas com particular incidência à tarde (entre as 12 e as 18 horas)".

No site do Instituto de Meteorologia, um comunicado saído hoje às 18:59 (só é válido até dia 23?), enuncia aquilo que já se havia topado: colocaram o alerta vermelho, depois de terem reparado que tinham caído 52mm na hora anterior:

Esta situação determinou a emissão de avisos de precipitação pelo Instituto de Meteorologia, I.P., a partir do dia 19, às 19h25, elevando-se o nível de severidade ao longo da evolução do fenómeno, tendo sido emitido aviso vermelho ? o nível mais severo na escala de avisos utilizada pelo IM - às 10 h do dia 20.
Os valores mais elevados de precipitação acumulada numa hora registados nas estações Funchal-Observatório e Pico do Areeiro foram respectivamente 52 mm (entre as 9 e as 10 h) e 58 mm (entre as 10 e as 11 h). Entre as 6 e as 11h registaram-se 108 mm e 165 mm nas estações mencionadas. O valor acumulado em 6 horas na estação Funchal-Observatório foi superior ao valor normal de 30 anos (1961-1990).

Já neste Domingo, o Diário de Notícias dá uma ideia mais clara das desprevisões do Instituto de Meteorologia:

Pelas 19.25 de sexta-feira foi emitido o aviso amarelo de precipitação que corresponde à queda de dez milímetros de chuva por hora (mm/h). Entretanto, o satélite permitiu aos técnicos antever um agravamento da situação, pelo que às 08.52 de ontem o aviso mudou para laranja (queda de chuva entre 20 a 40 mm/h), passando às 10.00 para vermelho (queda de chuva acima dos 40 mm/h). Mas, na realidade, entre as 09.00 e as 10.00 choveram 52 mm/h; ou seja; bastante mais do que o previsto.

Até os amadores fizeram melhor, como é visível num fórum nacional de meteorologia, onde o primeiro alerta é de ontem às 22:25.

Entretanto, já andam a desconversar, com a excepcionalidade do dilúvio. Diz Costa Alves, no Diário de Notícias:

Os valores ainda não estão confirmados pelo Instituto de Metereologia, mas os dados das estimativas são arrasadores: "No Pico do Arieiro, os valores recolhidos foram de 185 litros por metro quadrado", diz ao DN Costa Alves. O meteorologista diz que nunca se viu coisa assim em Portugal. "Lembro-me de alguns registos até 120 litros, mas nada deste género".

Uma simples consulta no site do Instituto de Meteorologia determina que os valores até estão longe dos recordes nacionais:
  • Madeira: 277,0 mm em Encumeada em 9/12/1976
  • Açores: 276,0 mm em Furnas/S.Miguel em 03/10/1974
  • Continente: 220,0 mm em Penhas da Saúde em 14/01/1977
A compilação dos dados históricos é algo pouco habitual. Por isso, deve registar-se o trabalho de José Lemos, que tem uma página excepcional sobre os Desastres Naturais no Arquipélago da Madeira, no seu blog Madeira Gentes e Lugares.

Também recorrente nas notícias é a ideia de que tudo teria sido evitado se houvesse um radar meteorológico na ilha.

Segundo o presidente do IM, "ainda não foi adquirido um radar para a Madeira por falta de orçamento". Porém, equipamento, que custa dois milhões de euros, está instalado nos Açores e em dois locais do continente - Coruche e Loulé - e vai ser colocado um em Arouca, para fazer cobertura no Norte do País. Já segundo o governador civil de Lisboa, este não é o momento para apontar falhas, mas sim para socorrer. "Isto faz- -nos pensar que temos de ter outra atitude face às alterações climáticas, mas não é o momento para fazer crítica à falta de meios.

Fica-se a saber que o dito custa 2 milhões de euros, pelo que interessa saber que outras prioridades foram satisfeitas antes desta. Não me admirava que os orçamentos para os Aquecimentos Globais e Alterações Climáticas fossem muito superiores. Mas nós não precisamos de previsões para 2100, como agora fica evidente. Precisamos delas de um dia para o outro!

Por isso, não é de admirar que os abutres do Aquecimento Global já tenham chegado ao terreno, depois da hibernação deste Inverno. Como é o caso de Filipe Duarte Santos ontem para a Antena 1:

O professor Filipe Duarte Santos considera que o fenómeno meteorológico que causou a tragédia deste fim de semana na Madeira tende a tornar-se mais frequente. O climatologista, ouvido pelo jornalista da Antena1 Walter Medeiros, chama a atenção para a necessidade de minorar os efeitos destrutivos das alterações climáticas

A história dos pioneiros: Paul Ehrlich

A religião ecológica e a mentalidade dos talibans tem muito em comum! Partem do princípio de ser contra tudo o que é moderno, e em ambos os casos, um regresso às práticas da Idade Média seria o mais adequado. Claro que muitos ambientalistas actuais tentam embelezar as suas teorias anti-modernas...

É preciso regressar aos ensinamentos dos seus pioneiros, para perceber verdadeiramente as suas doentias teologias. No caso da ecologia, Paul Ralph Ehrlich foi um deles. Escreveu "The Population Bomb" em 1968, o qual tem as suas fundações no Sierra Club, a organização ambiental mais antiga dos Estados Unidos, e da qual a sua mullher foi directora. No livro, Ehrlich defende a ideia de que o planeta não comportava mais humanos. O livro começa com estas eloquentes frases:

The battle to feed all of humanity is over. In the 1970s and 1980s hundreds of millions of people will starve to death in spite of any crash programs embarked upon now. At this late date nothing can prevent a substantial increase in the world death rate...

Na entrada do Wikipedia sobre o livro, pode verificar-se como as suas previsões não se verificaram. Hoje, a população do planeta é sensivelmente o dobro da de 1968, e as tragédias imaginadas não se verificaram porque o Homem é capaz de superar desafios muito mais complexos que o que Ehrlich sonhou. Mas é capaz de o fazer quando deixa de pensar nas práticas da Idade Média.

Para aqueles que não conhecem a história, deixo ao lado um artigo com quase 40 anos (1972), escrito num jornal americano, sobre Ehrlich. Reparem nos seguintes dois extractos, e fiquem preocupados, sempre preocupados!

The 39-year-old professor did not favor the soft-sell approach to environmental and population control. In 1969, he said that if voluntary birth reduction methods did not work a nation might have to resort to "the addition of a temporary sterilant to staple food or to the water supply".

"An 'Americanized' China," they wrote, "would consume nearly eight billion metric tons of coal equivalent in energy each year, more than the present total world consumption...these numbers mean that raising Chinese energy consumption to the American level would amount to doubling the environment impact of homo sapiens. Indeed, just the concentrated release of heat in parts of China containing most of the population could lead to major, unpredictable climatic effects."

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Modelos do IPCC não encaixam recordes de neve

As recentes quedas de neve no Hemisfério Norte têm sido notícia por todo o lado, e delas tenho dado algum destaque. O gozo é geral, e com razão! De acordo com a Universidade de Rutgers, na segunda semana de Fevereiro registou-se a segunda maior cobertura de neve no hemisfério Norte, das últimas 2227 semanas, com 52166840 Km2. Este valor só foi superado há 32 anos atrás, em Fevereiro de 1978, com 53647305 Km2!

Mas, para os alarmistas tudo isto é consequência do Aquecimento Global! Alguns perdem toda a credibilidade, quando dizem que "Extreme storms, droughts, intense rains, unusual amounts of snow or lack of snow are all signs of global warming". Os do costume do Met Office atiram areia do deserto para os olhos das pessoas: Even with global warming you cannot rule out we will have a cold winter every so often. It sometimes rains in the Sahara but it is still a desert.. E outros fazem figuras tristes nas televisões!

Estas discussões terminam rapidamente nos dias de hoje. Porque pessoas normais, recorrendo à Internet, podem rapidamente provar a fraude destes pseudo-cientistas. Como a que foi exposta no magnífico Watts Up With That, onde se confirma que todos os modelos do IPCC apontam para uma redução progressiva de neve no Hemisfério Norte!!!

Mãe Natureza descarrega no Observatório

Há três meses, o Instituto de Meteorologia criou o Observatório de Secas. A ele me referi no início do ano, sendo claro que a Mãe Natureza entendeu dar mais uma resposta a uns burocratas alarmistas nacionais. Repare-se na ironia de Dezembro de 2009 ter sido o mês de criação do Observatório, quando se lê o resumo relativo à precipitação:

Verifica-se que entre Novembro de 2009 e Janeiro de 2010, os valores de precipitação ocorridos foram sempre superiores ao valor normal 1971-2000, em particular em Dezembro com um total mensal de precipitação cerca de 160% em relação ao valor normal, o que contribuiu para o fim da situação de seca em Portugal Continental.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

30.6 gramas de CO2?

Um leitor enviou-me um link para um dos produtos que assenta que nem uma luva nos ecotópicos: o cartão Caixa Carbono Zero. Com ele, o ambientalista puro e duro "beneficia de condições especiais na aquisição de bens e serviços mais eficientes no consumo de energia e com melhor desempenho ambiental. Uma solução que o ajuda a reduzir emissões e a poupar, enquanto poupa o ambiente."

A primeira pergunta que me ocorreu foi a de se o cartão seria de plástico? É, mas é feito em PETG, que é um bocadinho melhor para o ambiente, dispensando mesmo o cloro. Não é todavia uma novidade no mundo dos cartões...

Os bastidores do cartão são todavia ainda mais interessantes. Como o plástico é especial, o seu portador deverá sentir-se um Clooney nas nuvens. O serviço é essencialmente electrónico, pois assim minimizam-se os custos envolvidos com o papel e poupam-se árvores. No final, diz a CGD que "As emissões inevitáveis resultantes da produção e envio dos cartões são contabilizadas e compensadas, tornando-o num produto CarbonoZero®;". Muito bem!? Mas quantas são essas emissões inevitáveis?

São 30.6 gramas de CO2! O que é isso? É mais ao menos o CO2 que uma pessoa produz em 50 minutos de respiração normal. Dá para andar 294 metros num Toyota Prius. E aos valores de Novembro de 2009, dá para alimentar uma lâmpada de 60W durante menos de uma hora e meia!!!

Como farão eles os cartões assim, quando ainda por cima admitem que eles vem de Inglaterra? Dá para perceber que eles são muito poupadinhos e os clientes que paguem!

Abandonar barco!

Yvo de Boer demitiu-se hoje do cargo de secretário executivo da Convenção da ONU para as alterações climáticas. É um dos primeiros comandantes a abandonar o barco. Curioso é o facto de ir trabalhar para a esfera privada, na empresa de consultoria KPMG, enquanto conselheiro global para o clima e sustentabilidade. Ele até admitiu que começou a procurar emprego no final de 2009. Mais um que vai ganhar dinheiro à custa do Planeta! Talvez os exemplos vindos a lume de Pachauri o tenham motivado! E talvez agora Pachauri lhe retribua, demitindo-se também?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Raparigas nuas embaraçam deuses da chuva

Um leitor enviou-me uma referência muito interessante sobre como os povos tratam o tema do tempo e do clima. Nós por cá temos alguns provérbios dos antigos. Mas na Índia, há uma tradição diferente. Em Bihar, raparigas solteiras e nuas lavram os campos, cantando hinos antigos depois do pôr do sol, na expectativa de embaraçarem os deuses da chuva, que não hesitarão em enviar chuvas. A tradição está fortemente enraizada na zona, e os aldeões não desistem enquanto as chuvas fortes não aparecem. Outros têm mais sentido de humor...

Eólicas assombradas

A história triste da primeira vaga de energia eólica tem um excelente resumo aqui. Fala-se das turbinas eólicas abandonadas, que assombram os montes do Hawaii e da California. E fica-se a compreender porque assim é. Basicamente, o término dos subsídios determinou o fim de uma suposta indústria, restando agora apenas a ferrugem no meio da paisagem. Curiosa é a associação a Portugal e Espanha (e também Grécia), como exemplos falidos desta nova vaga.

Actualização: Dados recentes indicam mais de 14 000 turbinas eólicas abandonadas, só nos Estados Unidos...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Pedro passadus

O semanário Sol, na sua edição deste fim-de-semana, dá uma ideia da macacada em que vivemos. Mas não foi a leitura das primeiras páginas que mais me marcou. Antes, o artigo de José António Lima na última página impressionou-me muito mais. Então não é que Steven Chu é uma grande inspiração para o Pedro Passos Coelho? Ou seja, depois de Sócrates, ficamos a saber que, se Pedro Passos Coelho chegar a algum lado, no dia seguinte, tudo o que ele disser pode ser desdito!

A associação de ideias que Pedro Passos Coelho cita no último capítulo do seu livro é absolutamente confrangedora. Steven Chu havia afirmado em Setembro de 2008 que "Somehow we have to figure out how to boost the price of gasoline to the levels in Europe". Nessa altura, o galão de gasolina estava a 8 dólares na Europa... Mais tarde Chu até admitiu no Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, a estupidez da sua argumentação:

REP. STEARNS: No. But somehow, your statement, “Somehow we have to figure out how to boost the price of gasoline to the levels in Europe,” doesn’t that sound a little bit silly in retrospect for you to say that?
SEC. CHU: Yes.

Chu é igualmente um vidente/astrólogo. Gosta muito de afirmar as certezas sobre como será a Terra daqui a 100 anos: "At no other time in the history of science have we been able to say what the future will be 100 years from now.". Nem Nostradamus foi tão assertivo!

E depois, ele é o cientista louco. Desde pintar os telhados de branco, passando pelos seus pesadelos carbónicos, até às seus assustadoras previsões sobre furacões e subida dos níveis dos mares, que todos sabemos não se estarem a verificar, Chu é um verdadeiro palhaço nesta discussão dos temas climáticos.

É claro que na Internet o gozo é geral. Depois do efeito Gore, descobriu-se o efeito Chu. Se ele diz qualquer coisa, o inverso começa rapidamente a acontecer. E é isto que inspira Pedro Passos Coelho???

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Vamos tirar o Nobel ao Gore e IPCC

Já há uns tempos que ando com a ideia de lançar uma petição online, para tirar o Nobel ao Gore e IPCC. Mas desconhecia o trabalho associado (que imagino não seja nada de especial), e por isso fui adiando este "projecto". Hoje constatei, sem surpresa, que a ideia foi lançada há uns dias. Em consciência, já assinei, e pela primeira vez, uma petição online. Não é só por aqui que vamos lá; faz apenas parte do trajecto. Mas o trajecto já incorpora defensores entre personalidades conhecidas, como é o caso de Donald Trump...

Como em Portugal só ainda há duas assinaturas, e dos nossos amigos brasileiros não há nenhuma, convido-vos a analisar a petição. Se concordarem com ela, não deixem de a assinar!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Alarmistas congelados


Alguém tem reparado nos alarmistas, ultimamente? Será que estão em hibernação? Se forem como o Punxsutawney Phil, voltaram para as respectivas tocas, para mais 6 semanas de sono. Entretanto, o resto do Planeta vai-se aquecendo com o gozo de malhar na teoria do Aquecimento Global. São os cartunistas, os cantores, e muitos mais.

Por isso, vale a pena ler este artigo de opinião, num jornal australiano. Alguns excerptos, para abrir o apetite:

But now, even the most aggressive alarmists have gone quiet or softened their rhetoric and people who sat on the fence have morphed into wise owls.

But, when even the British left-leaning, warmist-friendly Guardian newspaper has begun to investigate the fraud involved in "sexing up" climate change science, it's clear the collapse of the Intergovernmental Panel on Climate Change's credibility and the holes in the case for catastrophic man-made climate change can no longer be ignored.

Australia's Chief Scientist, Professor Penny Sackett, who just three months ago was telling us that we had only five years to stop catastrophic global warming, is similarly less gung-ho these days.

Funny, proponents of the theory of catastrophic man-made climate change never expressed concern about the "confusion", aka politicisation of science, when it was running their way.

Blows to the climate alarm case keep coming, from fraudulent claims about melting glaciers, increased hurricanes and drought, dying Amazon rainforest, disappearing polar bears and the flooding of half of Holland.

Because it was in a good cause it was somehow OK for the United Nations' lead climate change body to slant science, cherry-pick data, and base claims on such flimsy references as Greenpeace and WWF propaganda, a student's master's thesis and anecdotes in Climber magazine.

This sort of ''noble cause'' corruption appears to have permeated climate change science, and set back the legitimate cause of fighting pollution. The dishonesty will have only ensured a generation of people will no longer trust environmental warnings.

Entretanto, aproveitemos mais um fim de semana e um Carnaval congelado aqui para os nossos lados...

Novas regras para o IPCC


O presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, não tem saída. Já está tão envolto em contradições, que já não se sabe se o que diz é a sério ou não, como é o exemplo do vídeo acima, bem provocado pela jornalista Sandra León . Depois de ter dito que o IPCC não ía buscar conclusões aos jornais, agora é o vale tudo, desde que seja autêntico... Vejam as imagens, com a transcrição abaixo, retirada do EU Referendum:

Well. There are no errors. There is one error which we have acknowledged which was in respect of melting of the Himalayan glaciers.

Let me emphasise that the others are not errors and it is perfectly valid to use non-peer reviewed literature provided we look at the source of information that is contained in that non peer-reviewed literature and make sure that it's authentic.

You must realise that there are some parts of the world where you really don't have published research material. And therefore it's been the practice of the IPCC to use non peer-reviewed literature. With, of course, a lot of caveats and careful authentication of the source of that information.

And, what you're pointing out is really not correct. We have investigated these so-called errors. They're not errors and we are absolutely certain that what we have said over that can be substantiated on the basis of scientific information.

Except for the case that I mentioned, the Himalayan glaciers where it was said the glaciers would melt, would vanish by 2035 and that error we have acknowledged and have put a note on the IPCC website which I would request you to look at carefully.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Uma casa branca para o Al Gore


Muitos leitores têm-me feito chegar notícias sobre a dimensão da tempestade de neve que nos últimos dias tem afectado a costa leste dos Estados Unidos. A coisa está tão branca que foram batidos recordes históricos da maior queda de neve num Inverno, na região de Baltimore-Washington, e que remontavam a 1898-99. Até o Obama está impressionado, e chamou a esta tempesatade um Snowmageddon...

Mas a parte que achei mais interessante foi o cancelamento de sessões no Senado envolvendo os impactos do Aquecimento Global! O gozo é geral, e anoto aqui as provocações mais interessantes:

Jim DeMint: It's going to keep snowing in DC until Al Gore cries "uncle"
Mitch McConnell: Where’s Al Gore when we need him?

Mas Al Gore tem razões para estar contente. Tem uma casa nova. Cortesia dos netinhos do Jim Inhofe!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Concorrência acelerada

O presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Manuel Sebastião, esteve ontem novamente na Assembleia da República, para reafirmar que não existem indícios de cartel nos combustíveis. Manuel Sebastião fez uma apresentação, sendo que uma das principais linhas de argumentação foi a de que os painéis de combustível ao longo das auto-estradas veio pressionar a concorrência, para além de contribuir para que os consumidores estejam mais bem informados.

Não rezam as crónicas que os deputados tenham questionado as suas conclusões... Aliás, em bom abono de verdade, tenho-os em menor consideração que a Autoridade da Concorrência. Já havíamos aqui referenciado no passado que os painéis não levaram a lado nenhum. Por isso interessa esmiuçar novamente esta infeliz argumentação.

A forma mais fácil é começar no comparador de preços online da DGEG. Selecciona-se o tipo de combustível, neste caso gasóleo, para comparar directamente com os slides do Sebastião, seleccionando igualmente como tipo de posto a auto-estrada. O resultado de hoje está na imagem ao lado, devendo clicá-la para observar o detalhe. Note-se que nesta data os preços não diziam apenas respeito ao dia de hoje.

Depois, é só comparar com os slides do Sebastião. No slide 121, há uma diferença substancial nos preços de gasóleo praticados ao longo das auto-estradas portuguesas, referenciado no mínimo em 5.5 cêntimos entre 25 e 29 de Janeiro. A escolha do gasóleo não é despropositada, como se verá de seguida, sendo que se se estudasse a gasolina, os resultados não seriam tão evidentes...

Nos dados recolhidos hoje, a diferença é realmente de 5.5 cêntimos, mas se excluirmos os postos da A25 (Vilar Formoso, Mangualde e Viseu, porque será?), então a diferença é de apenas 3.5 cêntimos! A A25 é muito importante neste contexto porque é por onde circulam mais camiões para Espanha/Europa. Com depósitos brutais, os camiões (e mesmo os particulares) sabem que podem atestar do outro lado da fronteira, pelo que deste lado os postos têm que fazer um esforço para não ficarem sem clientes. Aliás, isso é igualmente visível fora das auto-estradas. .

Depois há o argumento no slide 134, em que se diz que "uma amostra significativa não pode ser substituída pela simples observação de imagens instantâneas dos painéis que vou vendo quando me desloco numa autoestrada". Devia dizer que é proibido parar para tirar uma foto e partilhá-las depois na Internet! Mas para isso serve o site da DGEG. Para ver esses dados quase em tempo real e provar que as estatísticas da AdC são insuficientes!

Mas vamos a factos. Vejamos os postos da A1:
  • GALP AVEIRAS: 1.124€
  • BP SANTARÉM: 1.124€
  • REPSOL LEIRIA: 1.124€
  • GALP POMBAL: 1.124€
  • BP MEALHADA: 1.124€
  • REPSOL ANTUÃ: 1.099€

Não há dúvidas que todos os postos, com a notável excepção da estação de Antuã, têm o mesmo preço. A Antuã voltaremos. E se observarem a imagem ao lado com atenção, vão ver que o preço apresentado para estas estações da A1 são as mais elevadas em todas as auto-estradas do país. Como justificará a AdC que na principal auto-estrada do país se pratiquem os preços mais elevados? Será regido pela oferta/procura?

Portanto, a AdC primeiro disse que os paineis serviriam para aumentar a concorrência. Agora justifica os preços iguais nos painéis com a seguinte tirada:

A recomendação da AdC tem por base a conclusão de que informar atempadamente e de maneira prática os consumidores sobre os preços praticados em cada momento pelos diversos operadores num mercado relevante aumenta a transparência e reforça a concorrência nesse mercado em benefício dos consumidores.

Se algum deputado ler esta análise, é melhor começar a pensar em chamar novamente o Sebastião...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O El Nino Chavez

Hugo Chavez é sempre alvo das atenções, pelas piores razões. Agora declarou o estado de emergência no sector eléctrico, depois de há duas semanas ter tomado outras medidas ambientalistas.

Hugo Chavez queixa-se do El Nino, que terá causado menos chuva para aqueles lados, e que ele considera que seja um produto das alterações climáticas que estão a atingir o planeta. No processo demitiu o Ministro da Energia e anda agora num frenesim para comprar geradores eléctricos! E o seu ministro do petróleo é que sabe: depois de uma ronda pela Rússia, China e Japão, Rafael Ramirez regressou ao país para anunciar que uma empresa chinesa vai construir novas centrais, num total de 2.7 GW. Mas não são de carvão, porque Chavez não tem; antes, serão alimentadas a diesel, gás natural e fuel!!!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dinheiro sujo

Os alarmistas costumam respoder aos argumentos dos cépticos com a tirada baixa de que estes são financiados pelas empresas petrolíferas. O projecto ExxonSecrets da Greenpeace é, aliás, um bom exemplo dos ataques, sem ciência à mistura...

A maioria dos cépticos aliás, como eu, nunca viram financiamento seja de quem fosse. Acreditamos que a verdade não é muitas vezes a transmitida pelos supostos cientistas, quanto mais políticos, e eu não preciso de ser pago para dizer isso!

Agora veio a lume mais um escândalo do Rajendra Pachauri. O maior patrocinador da TERI é afinal a BP India. Para além de providenciar 6 milhões de libras, pagou o jantar e as bebidas de um evento publicitando a obra pornográfica de Pachauri. A BP até acha legítimo o patrocínio do jantar, até porque a associação com Pachauri é longa!

Mas a BP é apenas mais conhecida dos ocidentais. O livro "Return to Almora" foi lançado em Mumbai por Mukesh Ambani, que é apenas o homem mais rico da Índia, patrão da Reliance Industries, um conglomerado de petróleo e gás. As relações aqui também são muito interessantes, com a TERI a atribuir prémios de volta...

Da próxima vez que ouvirem falar que a indústria petrolífera anda a financiar os cépticos, lembrem-se de Rajendra Pachauri.

Actualização: No Falar do Tempo, surgiu um post pouco depois que complementa com mais informação sobre financiamentos...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Leituras da treta

O jornal i é um dos piores jornais que tenho visto nos últimos tempos. Refiro-o aqui porque um leitor atento mandou-me mais uma referência para uma entrevista, sem pés nem cabeça, do referido jornal a Klaus Hasselmann, que tem recebido uns prémios por umas ideias loucas. Vejamos primeiro em que consistem:

É simples. Funciona do mesmo modo que um polícia quando consegue encontrar uma impressão digital concreta num conjunto de impressões. A meados da década de 1990, concluímos que a probabilidade de explicar o aquecimento observado ao longo dos últimos 30 anos através da variabilidade natural do clima era inferior a 5%.

Ena! Se assim é, como é esta teoria tão obscura? Porque é impenetrável, como podem confirmar com o extracto a seguir:

A chave são os dados relativos à superfície terrestre - e não tanto as temperaturas oceânicas - porque são os registos mais antigos que temos. Mas também são importantes os dados sobre as distribuições da temperatura vertical e outros indicadores, como a extensão do gelo no Árctico, o nível do mar, a frequência das tempestades, etc. Contudo, nestes dados adicionais é mais difícil determinar a variabilidade natural dos níveis e demonstrar, com índices elevados de confiança estatística, que as mudanças observadas são de facto induzidas pelo homem.

Mas a qualidade do cientista percebe-se pela referência seguinte. Também a Igraja Católica esperava que os Copérnicos e Galileus desaparecessem, mas isso não aconteceu...

Na comunidade científica, ninguém tem dúvidas sérias sobre a origem humana das alterações climáticas. De facto, ninguém tinha dúvidas mesmo antes de os sinais serem estatisticamente detectáveis, porque os fundamentos físicos subjacentes são convincentes. A maioria dos cépticos age impelida por interesses corporativos e deve ter a mesma consideração que as pretensões iniciais da indústria do tabaco, quando afirmava que os perigos de fumar não são reais. [O primeiro-ministro britânico] Gordon Brown acertou ao comparar os cépticos climáticos com aqueles que ainda crêem que a Terra é plana. Como se pode convencer estes incrédulos? Não se pode, mas acabarão por desaparecer gradualmente.

Não vão desaparecer, não! E o problema é que somos cada vez mais...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

IPCC não acerta uma

O IPCC, prémio Nobel da Paz, liderado pelo grande especialista em Kama Sutra, Rajendra Pachauri, parece que não acerta uma. Agora que o planeta resolveu esmiuçar os relatórios, parece que são poucos os parágrafos que vão escapar incólumes.

Desta vez, são os Holandeses que estão chateados. Conforme se pode ver aqui, o IPCC afirma que a Holanda regista 55% do seu teritório abaixo do nível do mar, onde vive 60% da sua população e é gerado 65% do seu PIB.

Estes numeros estão completamente engatados. Como rapidamente uma visitinha ao Wikipedia confirma, apenas 20% do seu teritório está abaixo do nível do mar, vivendo aí apenas 21% da sua população. Até a Ministra do Ambiente lá do sítio conhece estes números, e por isso está zangada. A Ministra, Jaqueline Cramer, já mandou abrir uma investigação sobre como é que o IPCC chegou a estes números, mas segundo esta outra notícia, parece que alguém não sabe somar como deve ser!

Ministra como exemplo

Numa semana marcada pela desorientação política completa na classe que dirige o país, com fortes implicações na nossa economia, e depois de expostos como a segunda tragédia grega deste planeta, o País discute alegremente os 50 milhões de euros para a Madeira, que aparentemente são uma compensação de um roubo descarado nos anos anteriores...

Por isso interessa esmiuçar como este Governo desgoverna o País. E nada como começar pelo Ministério do Ambiente. Segundo esta notícia do Diário de Notícias, as despesas em combustível nos Ministérios sobem 8.4%, com Dulce Pássaro, a Ministra do Ambiente a dar o exemplo, e a triplicar os seus gastos com combustível!

Interessa perceber estas contas. Será que está prevista uma subida escondida do ISP? Ou então vamos continuar a engordar os lucros da GALP? Ou está previsto uma compra de carros mais potentes para se passear à vontade? Não será para andar mais de bicicleta ou transportes públicos, concerteza...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Enterrado até ao pescoço


Rajendra Pachauri está cada vez mais enterrado, literalmente até ao pescoço! As notícias sobre um dos líderes mais aldrabões e fraudulentos que o Mundo actualmente tem, pululam por tudo o que é Media e Internet.

No vídeo acima, em tom de galhofa, cerca dos 1:25, ele diz que o IPCC não vai buscar as suas conclusões aos jornais. Está enganado, e cada dia que passa são mais as referências a conclusões do IPCC baseadas em artigos de jornais, como as que são referidas aqui e também aqui. O Ecotretas congratula-se por ter também descoberto uma, no capítulo 14.4.8 Energy, industry and transportation referenciada como "Welch, 2006", e que na verdade é uma referência a este artigo do Seattle Times!

Mas há muito mais sobre este vigarista. Numa entrevista no Times, John Sauven, director da Greenpeace no reino Unido, sugere que o IPCC necessita de um novo líder. A Índia, terra natal do Pachauri, ameaçou sair do IPCC, porque não pode confiar numa organização sem credibilidade nem rigor... Mas o IPCC prefere assobiar para o lado!

O homem é claramente um exemplo, também, de virtudes. Não estou a falar das suas fantasias sexuais. Em vez de praticar o que prega, não dispensa o seu chauffeur. E apesar de ter vários carros eléctricos à sua disposição, prefere um carro muito mais poluente. Isto tudo, quando podia fazer muitas das suas deslocações a pé ou de bicicleta. Tudo isto e muito mais por um jornalista que o seguiu um dia apenas, na Índia.

Mas por mim, que fique! Quanto mais tempo lá estiver, melhor! Porque mais mal não pode fazer, e precisamos de bons exemplos para malhar! E os cartonistas adoram!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Nobel pornográfico

Não admira que Rajendra Pachauri não se sinta atraído pela ciência das alterações climáticas. Ou que ache que a ciência está determinada, e que não há mais discussão. E que proliferem os climategates, glaciergates, amazongate, e muitos mais gates que por aí se descobrem, e para os quais muitos leitores atentos têm submetido conteúdo. Até o Watergate estará de regresso, quando se confirmar que a evolução dos níveis dos mares não está bem contada, como tenho vindo a referenciar...

Já tinha lido acerca do livro recente de Rajendra Pachauri, Return to Almora. Já sabia do seu conteúdo erótico. Mas um leitor enviou-me ontem alguns links para o conteúdo do livro. E tenho que os partilhar com os restantes leitores, para que todos se apercebam das qualidades de escritor do líder do IPCC, e Prémio Nobel da Paz. É tudo tão ridículo, que não sei se Pachauri ambiciona o Prémio Ignóbil da Literatura, ou um qualquer prémio de escrita pornográfica, ou então esteja a pensar na cultura hippie dos anos 60, e na máxima "Make Love Not War"... Ou talvez uma autobiografia parcial? Pior é ele admitir que o livro foi escrito enquanto dava voltas ao Mundo, enquanto líder do IPCC!

Seguem alguns dos extractos do livro, que até tem tudo para já ser um best-seller:

She removed her gown, slipped off her nightie and slid under the quilt on his bed... Sanjay put his arms around her and kissed her, first with quick caresses and then the kisses becoming longer and more passionate.

May slipped his clothes off one by one, removing her lips from his for no more than a second or two.

Afterwards she held him close. ‘Sandy, I’ve learned something for the first time today. You are absolutely superb after meditation. Why don’t we make love every time immediately after you have meditated?’.

Sanjay saw a shapely dark-skinned girl lying on Vinay’s bed. He was overcome by a lust that he had never known before ... He removed his clothes and began to feel Sajni’s body, caressing her voluptuous breasts.

He enjoyed the sensation of gently pushing Susan’s shoulders back a few inches, an action that served to lift her breasts even higher

He was excited by the sight of her heaving breasts, as she breathed in and out deeply.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Investimentos florestais

O excelente Mais Cedo ou Mais Tarde, na TSF, entrevistou hoje David Lopes, do projecto Floresta Unida. Este era um projecto que desconhecia, mas que mexe comigo, dado o gosto que nutro pela floresta. Os conceitos parecem estar lá, sobretudo porque não é apenas mais uma campanha de plantação de árvores, mas também da sua gestão a 30 anos. Aproveitem para ouvir o podcast!

Todavia, apesar da sensibilidade da argumentação, é preciso estar atento. Por estes dias surgiu um anúncio semelhante, em como um investimento em árvores pode ter um bom retorno financeiro. Com promessas de rentabilidade entre 8 e 13% por ano, o pobre desconfia! Uma pequena investigação na Internet permite confirmar que outros já investigaram as suspeitas de fraude, e que não são pequenas! Afinal, o administrador da "Bosques Naturales del Mediterráneo" está envolvido até à medula na fraude do Fórum Filatélico em Espanha. E como se pode ver neste site, as irregularidades parecem ser mais que muitas...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aumentos à la hockey-stick

Nas terras de sua Majestade abundam os adeptos da teoria do Aquecimento Global. É por isso adequado que eles paguem principescamente pela energia, para sentirem na pele os benefícios das políticas verdes dos políticos loucos lá do sítio.

Um estudo do site www.moneysupermarket.com revela que desde 2003 a típica família inglesa mais que duplicou os seus custos com a energia no Inverno. Nesse ano de 2003 o consumo médio era de 217 libras, tendo passado para 616 libras, um incremento de 399 libras, ou seja 183%!!!

Pior ainda, a parte mais substancial desse aumento ocorreu nos últimos doze meses, com um aumento de 20%, ou seja de 512 libras há um ano, para as actuais 616 libras. Segundo Scott Byrom, do site www.moneysupermarket.com, muitos ingleses vão ter uma rica prenda de ano novo... Talvez um hockey stick! E preparem-se que não falta muito para ele atacar por cá!

Praia de Madrid

O Expresso parece ter um conjunto de cronistas verdadeiramente inspirados. Depois do capote alentejano de ontem, um leitor indicou-me outro artigo da edição de há uma semana atrás, de Luís Marques, a gozar com o infeliz argumento do ministro das Obras Públicas, António Mendonça, de Lisboa poder vir a ser a Praia de Madrid. É uma ideia verdadeiramente idiota, como oportunamente o Blasfemias a classificou! Mas o artigo do Luís Marques enquadra a idiotice do ponto de vista climático, seguindo-se alguns extractos, com realces da minha responsabilidade:

O ministro das Obras Públicas deu um novo e extraordinário argumento em defesa da linha de TGV entre Lisboa e Madrid. Diz ele, que os espanhóis da capital estão ansiosos por vir a banhos às praias de Lisboa.

Mas quando o calor aperta não há dinheiro que pague um banho de mar, numa bela praia portuguesa. Já deve haver milhares de madrilenos a suspirarem pela inauguração da linha de alta velocidade, que os tirará do sufoco que se abate sobre Madrid durante o Verão.

Esta brilhante tese, tem um problema. O Verão dura três meses. Há que resolver a questão de saber como ocupar os restante nove. É claro que há a esperança do aquecimento global, que nos poderá trazer o Verão durante todo o ano. Pode ser que, quando o TGV estiver concluído, o buraco do ozono esteja tão grande que, em Lisboa, Dezembro esteja transformado num radioso Agosto.

Afinal, a cimeira de Copenhaga foi um fiasco e o mais provável é que a emissão de CO2 continue a fazer o seu trabalho. Precisamos de sol, muito sol, mesmo no Inverno. Disso depende a viabilidade do TGV e ninguém quer que o TGV seja um fiasco.

A não ser que o nosso destino seja aquele que antecipa o ministro das Obras Públicas. Ou seja, uma grande praia para os acalorados castelhanos, onde o nosso papel é servir tapas e refrescos.