domingo, 30 de outubro de 2011

Halloween goza Aquecimento Global

Todos sabemos que o tempo não é o clima. Mas como os alarmistas gostam de gozar com as secas e o calor, o Ecotretas contrapõe com o frio! Desta vez, na costa Atlântica dos Estados Unidos, caiu a maior tempestade de neve em Outubro, de SEMPRE!!! Desde que há registos, nunca nevou tanto em Outubro, em locais como Nova Iorque!

Infelizmente, são já várias as pessoas mortas. Os ocupas batem os dentes. 2.3 milhões de consumidores estão sem energia eléctrica e pelo menos 1000 voos foram cancelados. Este ano, o Arrefecimento Local chegou mais cedo, para aqueles lados... Mas não tardará nada até que o Aquecimento Global seja culpado!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ciência climática da treta, em 2009

O ano passado havia falado da parasitagem de fundos públicos de investigação, justificados com o alarmismo do Aquecimento Global, Alterações Climáticas, CO2, etc. Nos vários posts, havia referenciado 4.4 milhões de euros para umas dezenas de investigadores parasitas. Agora, dei-me conta que já estão disponíveis os projectos de 2009, conforme tabela abaixo. São mais 2.6 milhões, o que dá um total de 7 milhões de euros desperdiçados nesta ciência da treta. É fácil, por isso, perceber porque é que esta Religião, e o seu Clero, continua em alta!

ReferênciaInvestigador ResponsávelProjectoExtorsão
PTDC/AAC-AMB/110331/2009Lúcia Maria das Candeias GuilherminoSIGNAL - Effects of pollution on estuarine zooplankton-zooplanktivorous fish ecological interactions in relation to climate changes199000.00
PTDC/AAC-AMB/111349/2009Carlos Silva netoConsequences of past and present climatic changes on biodiversity patterns of peat-rich environments: from genes to communities79819.00
PTDC/AAC-AMB/111675/2009Maria Cristina Amaral Penas Nabais dos SantosMediterranean climate control on tree-ring growth dynamics: towards a mechanistic model and its applications in dendroclimatology (ONE RING)177000.00
PTDC/AAC-AMB/112438/2009Nelson José Cabaços AbrantesVITAQUA - Climate change: an additional threat to aquatic systems under intensive pressure from agricultural diffuse pollution162369.00
PTDC/AAC-AMB/113639/2009José Luis Monteiro TeixeiraEvaluation of climate changes impacts on irrigated systems and definition of adaptation measures.98256.00
PTDC/AAC-CLI/111706/2009Isabel Maria Cunha Antunes LopesSALTFREE- Previsão de efeitos da salinização em ecossistemas costeiros dulçaquícloas e edáficos devido às alterações climáticas160255.00
PTDC/AAC-CLI/111733/2009Alfredo Moreira Caseiro RochaClimate change of precipitation extreme episodes in the Iberian Peninsula and its forcing mechanisms - CLIPE81702.00
PTDC/AAC-CLI/112189/2009Cristina Isabel Coelho Dias LopesPast Analogs for Future Climate: tomorrow's predictions from North Pacific Ocean Pleistocene/Pliocene reconstructions154572.00
PTDC/AAC-CLI/112735/2009Joana Barcelos e RamosResponses of phytoplankton communities from the Subtropical North Atlantic Gyre to increasing CO2 concentrations and consequent carbonate chemistry changes in the ocean - Azores (ROPICO2)146000.00
PTDC/AAC-CLI/112936/2009Nuno Miguel Pinto de Sousa MonteiroSex at the edge: How temperature influences sexual selection175800.00
PTDC/AAC-CLI/114031/2009Daniele BortoliMATAGRO - Monitoring of Atmospheric Tracers in Antarctica with Ground -based Remote sensing Observations193108.00
PTDC/AAC-CLI/114512/2009Ana Maria Branco BarbosaRemote sensing of phytoplankton variability patterns off South-Western Iberia: a sentinel for climate change? (PHYTOCLIMA)134800.00
PTDC/AGR-ALI/110877/2009José Manuel Moutinho PereiraShort-term climate change mitigation strategies for Mediterranean vineyards (ClimVineSafe)163582.00
PTDC/AGR-CFL/112996/2009Glória Catarina Cintra da Costa PintoEcophysiolyptus: Physiological and gene expression profiles for early selection of Eucalyptus globulus in a climate change context190546.00
PTDC/ECM/113115/2009Carla Maria Duarte da Silva e CostaECO-Zement: Reuse of fluid catalytic cracking waste from oil refineries in cement-based materials156486.00
PTDC/MAR/111223/2009Iacopo BertocciRAP - Responses to Anthropogenic Perturbations: climatic and nutrient effects on rock pool assemblages68088.00
PTDC/MAR/114380/2009Helena Maria Leitão Demigné GalvãoPHYTORIA - Environmental regulation of phytoplankton in the Ria Formosa coastal lagoon125536.00
PTDC/MAR/115789/2009João Miguel Sousa da SilvaMäerl calcification, photosynthesis and metabolism in an acidified ocean193027.00

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Viver à custa das alterações climáticas

Há tretas que não conseguem estar calados. Francisco Ferreira, da Quercus, é um desses. Na Visão do passado 19 de Outubro, ele começa por impôr o "consenso":

A ciência, através do último relatório de mais de três mil cientistas, considerou, como factos inequívocos, que as alterações climáticas e a sua causa estão na atividade humana. Há quem conteste a relação entre os extremos meteorológicos cada vez mais frequentes e a mudança do clima, de uma forma mais lata. Mas quando a sua frequência e intensidade estão muito longe do normal, estes sintomas tornam-se mais significativos.

Ele continua depois com as habituais confusões entre tempo e clima. Ele está confuso porque, ora está calor, ora está frio:

Em 2011, Portugal Continental teve a sua segunda Primavera mais quente desde 1931 (a mais quente foi 1997), com três ondas de calor, uma em Abril e duas em Maio. Aliás, o mês de Maio foi o mais quente desde 1931. Março, porém, foi mais frio e chuvoso do que o normal. Em contrapartida, nos Açores Maio foi o mês mais frio desde 2000, com muito pouca precipitação, e no Funchal não choveu durante o mês de Junho.

À minha avó também lhe fazia confusão isso das alterações climáticas. Ora estava calor, ora estava frio. Tal como o Chiquinho, que descobriu que houve por aí uns temporais:

O Inverno de 2010/11 (Dezembro, Janeiro e Fevereiro) foi caracterizado pela ocorrência de fenómenos extremos: um tornado que atingiu os concelhos de Torres Novas, Tomar, Ferreira do Zêzere e Sertã, em Dezembro; episódios de neve nas regiões do Norte e Centro; duas ondas de frio (em Janeiro e Fevereiro); chuva forte com ocorrência de queda de granizo, em Dezembro e Fevereiro; e vento forte, em Fevereiro.

Posso-vos garantir que neste Inverno também haverá mais temporais! E continuarão a existir ano após ano, tal como têm acontecido no passado. O problema do Chico é que ele tem memória curta... Para ele, importante é que tenha havido um extremo na Anadia:

Na primeira quinzena de Outubro do presente ano foram ultrapassados os extremos históricos para este mês em locais como Lisboa, Bragança ou Anadia. Neste período, registaram-se mais duas ondas de calor e não houve chuva em Portugal continental, um cenário que já vinha desde início de Setembro. Temos atualmente 1/3 do território continental em situação de seca severa e extrema.

Mas, o que ele quer sei eu! O que ele quer é continuar a viver à grande e à Francesa, à custa das Alterações Climáticas:

Apesar da crise, e para garantir que o futuro não nos sairá mais caro, integrar o impacte das alterações climáticas no planeamento e nas diversas políticas de forma a minimizá-lo deve ser, claramente, uma prioridade fundamental.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Resposta ao Movimento anti-hidroeléctricas

Henrique Sousa fez uma análise muito interessante ao Memorandum, que várias organizações ambientalistas portuguesas enviaram à Troika. Embora não concorde a 100% com tudo o que diz, recomendo a leitura integral dos seus sete posts:

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Vamos libertar Sortelha das eólicas

Um leitor atento enviou-me um link que evidencia como as populações já têm o saco cheio quando se fala de eólicas. Neste caso, trata-se de Sortelha, uma aldeia onde já estive duas vezes, há vários anos. Junta-se a outros casos, que já aqui relatamos no passado. Da próxima vez que lá voltar, vou voltar indisposto, porque como tenho acompanhado no blog Vamos Salvar Sortelha, as eólicas invadiram a região...

O link enviado deixa-nos feliz, e relata que "os advogados dr. Francisco Nicolau e dr. João Valente anunciam o patrocínio de uma acção popular contra as eólicas de Sortelha". O Ecotretas apoia:

«Os advogados Dr. Francisco Nicolau (do escritório do Dr. Garcia Pereira, mas a título particular) e Dr. João Valente vão patrocinar acção popular pedindo a impugnação, por ilegalidade e nulidade de licenciamento dos parques eólicos de Sortelha, bem como dos concelhos limítrofes de Belmonte e Guarda, pelas razões e fundamentos já aqui aduzidos no Capeia Arraiana num anterior artigo de opinião, tanto mais que, corre voz pública, que o parque de Sortelha vai ser aumentado em mais seis torres geradoras.
1 – O processo será patrocinado a título completamente gratuito, da parte dos advogados, está isento de custas judiciais porque se trata de defesa de um interesse público, e já se encontra redigido.
2 – Qualquer cidadão recenseado no concelho e/ou freguesia de Sortelha, ou associação de direito privado com sede no Concelho e/ou Freguesia do Sabugal que queiram patrocinar a acção a título de autores (sem qualquer custo ou honorários) pode fazê-lo.
Para esse efeito devem contactar até ao fim da primeira semana do próximo mês de Novembro para o email: joaovalenteadvogado@gmail.com
3 – Qualquer cidadão que tenha interesse em colaborar como testemunha ou perito (designadamente problemas de ruído, ambientais ou técnicos) agradece-se também contacto para o mesmo endereço electrónico, até à referida data.
4 – Oportunamente será equacionada a abertura de uma conta em nome de uma associação ou conjunto de cidadãos independentes para custear e fiscalizar eventuais despesas (estudos e perícias) com o processo.
João Valente, Advogado

sábado, 22 de outubro de 2011

Mais tretas do Biosfera

A semana passada iniciámos a análise do programa da Biosfera sobre as barragens. Aqui continuamos a evidenciar as asneiras que se disseram nesse programa, cuja primeira parte podem ver abaixo. A qualidade destes programas pode-se medir pela quantidade de asneiras que se detectam. Há algumas muito fáceis: vejam, ao minuto 5:07 como a locutora fala de um preço de 9.5 cêntimos por kWh, enquanto visualmente aparece 0.95 €/kWh...

Outras contas são feitas sem que sejam documentadas. Aos 6:45, o programa cita a ERSE nos custos económicos de interesse geral, no valor de 2406 milhões de euros. Esse é um valor bem conhecido dos leitores do Ecotretas, conforme evidenciamos neste post. O problema é o que se segue! Segundo o programa, a ERSE diz que 45% desse bolo (1075.8 milhões de euros) vai para as energias fósseis. O problema é que nenhum documento oficial da ERSE refere este valor, desconhecendo-se por completo como o Biosfera lá chegou.

O Ecotretas contactou directamente com a coordenadora do programa Biosfera, mas esta manifestou-se mais interessada em saber a minha identidade, do que explicar as contas que apareceram no seu programa. O conselho que me foi dada foi o de "pedir os dados à ERSE como os nossos intervenientes fizeram e a fazer as contas". Portanto, um dos intervenientes do programa fez as contas acima referidas, e não a ERSE...

A forma enviesada de fazer contas e explicar o processo é facilmente perceptível pelas declarações de João Joanaz de Melo, da GEOTA, ao minuto 6:18:

O nome dessa legislação é um incentivo à garantia, à potência garantida, ou seja, por uma central eléctrica existir, seja ela hídrica ou termo-eléctrica, ela tem direito a receber aquele subsídio do Estado, só para estar lá parada, à espera, de talvez ser preciso pô-la a funcionar...

Por estas declarações ficamos a perceber que estas rendas não são só para as energias fósseis... A garantia de potência vai-nos custar 49 milhões de euros por ano, segundo a Biosfera, mas pelas contas da ERSE (pag. 234), vai-nos custar afinal 62.8 milhões de euros por ano. No quadro 3-6 da página 38 do mesmo documento podemos ver que 45.6 milhões de euros são para a EDP, e 17.2 milhões são para a Endesa, pelo que também não é aqui que a bota bate com a perdigota. Aliás, aí confirmamos que apenas a barragem do Alqueva entra nestas contas...

Mas o que o Joãozinho não percebe é que esta renda existe por causa das eólicas... E então a última parte da frase do Joãozinho é ainda mais confrangedora! Então ele não sabe que é muito mais que um talvez? Ele não sabe que durante uma parte substancial do tempo, as eólicas não produzem praticamente nada, e mesmo quando o fazem, que é sobretudo durante as madrugadas???

É esta confrangedora intermitência das eólicas que também justifica os CMEC e os CAE. O Prof. Pinto de Sá já o explicou aqui de forma clara. Imputar isto às energias fósseis é um erro crasso, e nos 1075.8 milhões de euros referenciados pelo Biosfera, certamente 727.4 milhões ficam-se a dever a estes dois componentes! Mesmo na cogeração, uma parte importante é renovável! É ao misturar tudo no mesmo saco dos fósseis, ilibando a responsabilidade das renováveis, que a Biosfera pecou gravemente!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Bandarilhas nas eólicas em Espanha

Estou consciente que os nossos vizinhos espanhóis têm um problema muito mais duro de roer, na vertente da energia, do que nós cá em Portugal. A herança de Zapatero é um abismo que ainda não se avista, mas que não tardará a ensombrar-nos! Um leitor atento chamou-nos a atenção para a razia que grassa aqui ao lado, nas tarifas das renováveis, e das eólicas em particular.

A proposta do Ministério de Indústria é radical: em vez de receberem subsídios durante 20 anos, baixa para 12 anos. O preço por KW/h baixa para 5.50 cêntimos, baixando igualmente as horas de funcionamento dos parques de 2100 horas para 1500 horas. O corte nos subsídios é estimado em 40%! A banca assim deixa de financiar, dado que baixam as elevadíssimas taxas internas de rentabilidade...

A Asociación Empresarial Eólica, uma espécie de APREN de nuestros hermanos, está à nora! Dispara em todas as direcções... Que não se vão cumprir os objectivos anteriores, que previam 27.860 MW para 2015. Que se instalarão apenas 500 dos 4200 MW previstos entre 2013 e 2015. Que se perdem 12.680 milhões de euros em investimento. Que perderão 40% da chucha!

Por lá, o Governo de Zapatero ainda presta um último serviço, com estas bandarilhas. O Rajoy dará a estocada final. Por cá, ainda esta semana o secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, dizia no Parlamento que "os CMEC são contratos que estão blindados". Nas renováveis nem se atreve a tocar... Ele terá muito a apreender com os socialistas espanhóis, mas mais ainda com o novo governo que se apresta para aprumar os nossos vizinhos do lado!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Nova espécie de pinguins

Na sequência do post anterior sobre a Doutrina Verde para as nossas crianças, um pai preocupado fez-me chegar mais um exemplo de mau ensino nas nossas escolas. Quando vi a imagem ao lado, utilizada por um professor de Geografia do 8º ano, em território nacional, a ao qual tive acesso, com uma prova irrefutável da sua utilização, não pude deixar de me lamentar, mas de rir ao mesmo tempo!

Como pode um professor colocar esta imagem na sala de aula, e não ser alvo imediato da chacota de algum aluno medianamente inteligente? Aliás, por esta altura o leitor atento do Ecotretas já deve ter reparado em dois erros clamorosos da imagem. Se ainda não viu, não continue a ler, e veja lá se não consegue descobrir esses erros, sem ler o parágrafo seguinte.

Um professor de Geografia devia saber que não há pinguins no Polo Norte! E que depois o Polo Norte é sobre água, pelo que mesmo que o gelo derretesse todo, seria impossível haver lá cactos e haver ossos à superfície. Segundo o que consegui descobrir na Internet, o cartoon é da autoria de Tacho, o chargista Gilmar Tatsch, que até reconheceu a gaffe há dois anos neste site. Mas que simplesmente não devia ter lugar no nosso ensino oficial!

Enfim, é uma estupidez já cometida por outros, como foi o exemplo da MSNBC, que passou imagens de uns pinguins numa reportagem sobre mais uma daquelas estúpidas aventuras do Árctico. Ainda tentou safar a face cortando a sequência, mas há sempre alguém que topa! A sequência original da MSNBC é visível abaixo, retirada daqui, sendo a nova espécie de pinguins visível ao segundo 28 do referido vídeo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O ditado da ERSE

A ERSE publicou hoje a Proposta de Tarifas e Preços para a Energia Elétrica em 2012. A proposta é feita com base na subida do custo das matérias-primas energéticas e da energia eléctrica nos mercados internacionais, com a subida dos Custos da Produção em Regime Especial (PRE), e com a diminuição do consumo de energia eléctrica.

A subida das matérias primas é uma grande falácia. Como já havíamos referenciado nesta posta, os valores de gás natural estão em valores mínimos históricos, desde há 10 anos para cá, em países onde a aposta no gás shale se efectuou, como é o caso dos Estados Unidos. Essa não foi a nossa aposta, e agora talvez o que nos valha seja o iniciar da sua exploração no Algarve. A subida por causa do PRE é bem conhecida dos leitores do Ecotretas, enquanto a subida derivada da descida dos consumos é um dos paradoxos desta política energética, mas não uma novidade vinda da ERSE, como é este exemplo passado.

Enfim, nada que não esperássemos. A manipulação já havia começado há vários dias. Ainda hoje, o Diário Económico, o mais verde dos jornais portugueses, anunciava que a EDP cede 180 milhões para travar subida de 30% da luz. Já nos habituamos a que este jornal económico seja feito por jornalistas que não sabem fazer contas! É que elas são tão fáceis: Dividindo 180 milhões pelos seis milhões de consumidores e doze meses do ano, dá 2 euros e meio por mês. Na minha conta isso significa aí uns 3% da factura. Mas enganam-se aqueles que pensam que a EDP cede o que seja: vamos pagar para o ano, e com juros elevados!

No meio deste processo escandaloso, o Secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, parece ter pedido a demissão, segundo afirmações de Marques Mendes. O mesmo que disse que "o Governo pelos vistos agachou-se"! Nada que já não esperássemos também, dado o historial do Álvaro...

domingo, 16 de outubro de 2011

Microgeração

A microgeração, também conhecida por microprodução, é um dos maiores escândalos da energia em Portugal. Tenho-a referido poucas vezes no blog. Conforme podem ver pela imagem ao lado, retirada deste documento da ERSE, o preço da energia paga à microprodução é VÁRIAS vezes superior aquele que pagamos efectivamente pela electricidade em nossas casas! E reparem que a imagem até engana, porque há duas escalas diferentes no eixo dos yy!!!

O esquema da microgeração é uma aberração económica. Imaginem que um quilo de batatas custa a um agricultor 50 cêntimos a produzir, e que o supermercado onde vocês fazem as compras vende esse mesmo quilo de batatas a um euro e meio. Agora imaginem que o supermercado era obrigado a comprar esse mesmo quilo de batatas a 5 euros a um agricultor verde, e a vendê-las a si pelo mesmo euro e meio. Reparem como o vilão passa rapidamente a vítima! Bem, neste caso, o vilão EDP não tem que se preocupar com o supermercado, até porque quem paga são os consumidores/contribuintes! Confusos? Não admira, é assim a microprodução!

A lata dos microprodutores é ainda maior porque todos sabemos que a grande maioria dos proprietários é da classe média/alta. Ora vejam lá se as instalações de painéis fotovoltaicos que conhecem não são essencialmente em vivendas? Como o blog Luz Ligada muito bem referiu, a microgeração é anti-social!!! Uma oportunidade de ouro para a esquerda e os seus amigos melancias reclamarem o corte destes subsídios... Mas não, porque eles são alguns dos que mais xuxam deste esquema...

Como o roubo é de tal forma descarado, sente-se alguma preocupação nas hostes. No meio de tanta fraude, os esquemas são uma evidência! Parece que houve investigação, mas dos resultados não reza a História! Por isso não admira que já existissem mais de 10 000 microprodutores a xuxar no início do ano, sendo que neste momento são já cerca de 12 000!!! E pelas listagens de registos disponibilizados, muitos mais abortos produtivos estão prontos a começar a mamar!

sábado, 15 de outubro de 2011

O indignácaro Ângelo Correia

Neste dia de Sábado estou completamente indignado, mas feliz. No Expresso fiquei a saber que finalmente vai começar a explorar-se o gás natural do Algarve! É uma grande notícia, sobre um assunto a que já nos referimos anteriormente. O Mira Amaral continua a dar-lhe no Expresso, via Espectador Interessado. E o Prof. Pinto de Sá fez mais um post assinalável sobre as percas nas eólicas.

Mas mais indignado estou com as declarações de ontem do Ângelo Correia, das quais soube via Fiel Inimigo. O homem, obviamente indignado com o Homem que violenta a Natureza, e que já não se lembra do tempo de Julho, não sabe distinguir clima de meteorologia. Porque enquanto fala do calor, há muito frio e neve recorde noutros locais! E se cá chove pouco, o mesmo não acontece nos Açores, só para dar um exemplo. O problema de Ângelo Correia, presidente do Conselho de Administração da FomentInvest, é que ele tem muito a perder, se alguém lhe retirar a chucha. Já o tínhamos referenciado aqui, mas depois de ver o vídeo abaixo, começo a perceber porque é que o Álvaro não vai lá...

Windfloat

Windfloat é um termo que, não tardará nada, nauseará os Portugueses prevenidos. O Windfloat é uma turbina eólica off-shore, que foi construída nos estaleiros da Lisnave, em Setúbal. A EDP, no consórcio Windplus, esturrou aparentemente 20 milhões de euros no projecto, o que significa que para cada um dos poucos mais de 6 milhões de consumidores de energia eléctrica em Portugal, houve uma contribuição de mais de 3 euros para o brinquedo! E se isto alguma vez chegar a produzir para a rede eléctrica, mais vale não imaginar os custos que isso terá, conforme o Prof. Pinto de Sá hoje refere!

Uma apresentação do projecto está disponível aqui. Um dos aspectos que salta à vista é o assumir de que para aqueles lados da Aguçadoura não há vento de jeito, conforme já havia referenciado aqui. Para além de produzir pouca energia para custos absolutamente incomportáveis, ainda vão mexer com a economia local, nomeadamente com os pescadores. A comunicação local tem abordado o problema, mas como é habitual nestas coisas "verdes", é preciso ir aos seus templos, para descobrir que haverá uma zona de não acesso de 450 metros em redor (0.64 Km2).

Para ganhar a simpatia dos locais, há que ser todavia mais atrevido. A EDP "promete" que este projecto pode criar 8 mil empregos em Póvoa de Varzim! A lata é tanta que tudo vale: afinal, noutros locais, os 8 mil empregos afinal são para Portugal na sua totalidade. Tudo isto num local onde o sussurro dos motores de pesca é proibido, ou mesmo a aquacultura é proibida! Ou onde o Presidente da Câmara só soube disto depois de cozinhado! E antes que venham reinvindicar que somos pioneiros, ou coisa do género (tipo: vamos ganhar com a internacionalização disto), fiquem sabendo que é a Principle Power que detém uma licença mundial exclusiva para exploração desta tecnologia. A contribuição de nós, portugueses, é pagar o desenvolvimento do protótipo! Enfim, comecem a deixar de lado mais uns euros todos os meses para mais este elefante branco:

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Patetice histórica

Da próxima vez que ouvirem falar que a Ciência está definida nestas questões das Alterações Climáticas, que os cientistas são todos à prova de bala, blábláblá, pensem nesta posta. Via Watts Up With That, recebemos hoje um dos argumentos mais patéticos de que há memória na investigação científica e histórica.

Richard Nevle, um geoquímico da Universidade de Stanford, avançou com a hipótese estúpida de que Cristóvão Colombo, e outros exploradores que se lhe seguiram (presume-se que os Portugueses também foram culpados) desencadearam uma cadeia de eventos, que levaram ao arrefecimento da Europa durante séculos!

Para ele, a conquista das Américas e o dizimar da sua população pelos Espanhóis (parece que os Portugueses afinal já não são culpados...), deixou muita terra por trabalhar, o que permitiu o crescimento das florestas, limpando o CO2 da atmosfera, diminuindo o efeito de estufa e arrefecendo o clima. O estúpido do Nevle adianta que tudo se deveu ao regresso das árvores numa área equivalente pelo menos à da California!

Para mostrar a estupidez deste investigador, mesmo Michael Mann, que sabemos pelo Climategate ser já um dos piores alarmistas, não alinha por este disparate! Ele explica o que todos sabemos da História, relativo à Pequena Idade do Gelo, e que essencialmente resultou do Mínimo de Maunder.

Enfim, é isto a suposta Ciência, que nos enfiam pela goela abaixo? E estes cientistas ainda recebem dinheiros para produzirem esta porcaria? Tem uma agenda escondida, que é uma solução alternativa para o actual problema do Aquecimento Global? E que reforça a teoria da conspiração, de que a solução é matar uns quantos milhares de milhões de seres humanos, para o Aquecimento Global deixar de existir? Pensem nisto! A sério...

Actualização: Acabei de dar os meus parabéns ao Richard pessoalmente! Que continue por muitos e bons anos a escrever estes disparates, para que o pessoal acorde ainda mais depressa!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

As barragens da Biosfera - Parte I

O programa da RTP2, Biosfera, dedicou grande parte da emissão da passada terça-feira às novas barragens que se estão a construir em Portugal, como podem ver no vídeo do fundo deste post. Para quem não sabe, o Biosfera é o programa de referência da Religião Verde em Portugal, mas ultimamente tem-se revelado muito mais realista (como foi o caso deste exemplo), apesar de continuar a dar voz a clérigos líricos da Religião. Ainda assim, os fanáticos da Religião estão furiosos. Vejam os seguintes exemplos, retirados da lista ambio, vociferados por um tal "Antonio Eloy":

Date: Wed, 12 Oct 2011 23:06:53 +0100
E penso que talvez não volte a ver este programa dito de ambiente chamado Bioesfera.
Ver um propagandista da nuclear (o Pinto de Sá) ser o polo central de um chorrilho de disparates e indirecta promoção dos que minam o desenvolvimento de energias renováveis, com um discurso sobre custos sem um mínimo de credibilidade, que é comprado acefalamente pela menina apresentadora (e sobre as barragens o João Joanaz talvez convertido no nuclearista/ecologista também diz umas insanidades), além do discursos sobre comboios ser uma mera elocubração de ficção cientifica.
Julgo que o facto do Bernardino Guimarães ter sido despedido leva este programa ao charco.
Talvez alguma ebergia lhe reste para acabar de vez.
Eu desde logo não mais o verei.
Saudações
António Eloy

Quando uma colega lhe tenta meter algum juízo na cabecinha, o disparate do António continua:

Date: Wed, 12 Oct 2011 23:42:43 +0100
pois não vi argumento nenhum, a não ser uns disparates no ar.
Talvez o facto do Bernardino ter sido despedido tenha conduzido este programa a acefalia.
Não há um único dado que bata certo, o Pinto de Sá (e o passado fala por ele que até bufa) faz umas contas de merceeiro que nem sequer batem certas e a menina assume-as logo de entrada (por os dados serem incompletos e manipulados).
O Joao, infelizmente tropeça no seu proprio enredo, e o rapaz que fala de comboios não sabe o que diz... mas a ficçao cientifica é linda, aqueles bonecos adoráveis
Mas assim não vão a lado nenhum, ou melhor talvez consigam construir as tais três centrais nucleares....
Já não será no meu tempo.
António Eloy

E o disparate continuou hoje de manhã, e provavelmente não vai ficar por aqui:

Date: Thu, 13 Oct 2011 11:07:15 +0100
Basta, basta não considerar os custos marginais para estar tudo errado. E se acrescentar os custos do CO2 ainda mais.
Mas desde logo como viu, ou não reparou quando ele faz a média dos custos da produção em regime especial está a cometer um, mais um erro e manipulação grosseira, além de que considera na linha de textos do meu amigo, pessoa credivel e de merito , Jesus Ferreira esclarecido por mim no último nº do Instalador, custos exagerados para o Kw/h eolico.
Se aumentar 3 centimos altera logo tudo.
Mas o programa é feito para denegrir as energias renováveis, sem qualquer contraditório ( o joão manifestamente está noutra) e acumulando erros, manipulações e tontadas.
Case close.
Façam um programa a sério, e voltem a contratar o Belarmino!
António Eloy

O António e o restante clérigo está zangado porque o Prof. Pinto de Sá foi lá dizer umas verdades inconvenientes. Aliás, algumas das verdades que ele disse foram censuradas, conforme o seu post de hoje revela. Mas, enfim, já foi uma grande lança em África, porque do resto até mete dó! Tudo o resto foi realmente muito mau!

Cerca do minuto 1:00, aparece Joanaz de Melo, em representação da GEOTA, a acenar com um custo de 16 mil milhões. Ena! Pensei que a última vez que ouvira falar de custos das novas barragens, que era um valor inferior. Fui procurar, e tinha efectivamente razão! Há menos de um ano, em Dezembro de 2010, as principais organizações ambientalistas (GEOTA, Quercus, SPEA e outras que tal) anunciavam um custo de 7000 milhões de euros. Tudo muito bem publicitado. Fast-forward para Abril de 2011, e o custo dos ambientalistas já ía em 15 mil milhões. Mais uns meses depois, em Agosto de 2011, as contas já iam em 16 mil milhões!

Olhando brevemente para os documentos, percebemos que eles fizeram as contas a custos de 75 anos! Mas eu também sei fazer contas muito rápidas. Embora saibamos que os custos das renováveis estão a disparar, utilizando os valores do sobrecusto das renováveis de 2010, que foram de 640 milhões de euros, as renováveis no mesmo período custariam 48 mil milhões, ou seja três vezes mais que as barragens! E nem sequer estou a pensar calcular que seria necessário substituí-las aí umas três vezes durante esse período...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Mais um ano...

Faz hoje quatro anos que fiz o primeiro post do Ecotretas. Desde então para cá, mais de 1340 postas depois, o ritmo de tretas tem aumentado a um ritmo assustador! O mais difícil, da minha parte, é não conseguir expor todas estas tretas aqui. É não conseguir dar destaque a todas as referências que me são enviadas por correio electrónico. Mas o tempo disponível para este projecto é muito limitado. Por isso, peço desculpa!

Ainda assim, a quantidade de visitantes tem continuado a subir de forma consistente! São cerca de 1000 páginas vistas por dia, maioritariamente de Portugal, mas também muitos do Brasil! Há também visitantes estrangeiros, especialmente aquando de posts em Inglês. Posts como o de Horngate, o segundo post mais visto deste ano de 2011. Estas estatísticas dão-me alento, e demonstram o maior interesse da Sociedade em conhecer os barretes que os ecologistas nos tentam enfiar. Juntos, convosco, eles não vão conseguir!

Aliás, nós Portugueses somos afinal os mais cépticos da Europa nesta questão das Alterações Climáticas, conforme pode ser visto nestes dados do Eurobarómetro da semana passada. Abaixo, na primeira imagem, nós os Portugueses somos claramente, dos Europeus, aqueles que menos acreditam que as Alterações Climáticas são o problema mais sério que o Mundo enfrenta... Na segunda imagem, os Portugueses conscientes da fraude imposta por Socras e seus muchachos, são os Europeus que definitivamente menos acreditam que em 2050 haverá mais energia eólica e solar! O Ecotretas não reinvindica este cepticismo, mas está feliz por estarmos ao menos maioritariamente acordados...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Doutrina Verde para as nossas crianças

Ramiro Marques, no seu ProfBlog, tem realçado por diversas vezes o escândalo do endoutrinamento das nossas crianças, à Religião Verde. Já por diversas vezes o referi aqui também, embora o problema não seja exclusivamente nacional, como este recente post o demonstra.

Numas pesquisas simples no GAVE, facilmente se percebe o alcance deste endoutrinamento. Embora em disciplinas como a Física e a Química não surpreenda, já o aparecimento em disciplinas como a Matemática e o Português é muito mais discutível...

Mas, o Ministério da Educação consegue-se superar nisto da Religião. Nada como apontar o exemplo da Quercus num banco de questões de Matemática. Só falta mesmo perguntar quanto é que se teria que pagar em quotas, para obter uma absolvição de uma organização, que produziu um dos vídeos mais asquerosos de todos os movimentos ambientalistas mundiais!

Os exemplos são mais que muitos! Neste exame nacional de Física e Química de 2007, lá está na pergunta 2 o endoutrinamento, sem qualquer enquadramento com as perguntas subsequentes. Neste exemplo de 2002, em Introdução ao Desenvolvimento Económico e Social, vemos na Figura 3 um gráfico falhado. Daqui a umas décadas, quem fez este exame vai-se sentir defraudado!

Mas como de pequenino é que se torce o pepino, a minha preferida continua a ser o exemplo da energia das ondas, que referi neste post. Na altura, havia equacionado a preciosidade de perguntar a alunos do 2.º Ciclo do Ensino Básico o que era "electricidade limpa e renovável". Agora descobri a resposta correcta:

«limpa» quer dizer que não liberta dióxido de carbono / não liberta o gás que provoca o aquecimento global / não polui

sábado, 8 de outubro de 2011

Mais mentiras da APREN

O estudo da APREN e da Roland Berger continua a dar que falar! Ontem, no Luz Ligada, ficamos a saber que este estudo foi financiado por um obscuro Fundo de Apoio à Inovação Energias Renováveis (FAI), dotado de 76 milhões de euros, 278 368 euros dos quais foram esturrados neste estudo!

Por falar em custos, a APREN como já referi, enuncia o sobrecusto numa base média, entre os anos de 2005 e 2010. Coloca o valor do sobrecusto em 329 milhões, escondendo efectivamente os valores recentes do sobrecusto com os valores mais baixos do início desse período.

Como a APREN e a Roland Berger não divulgam como chegaram a esse número, ocorreu-me que há uma forma simples de verificar quanto custará ao bolso dos Portugueses a aposta nas renováveis. Segundo o estudo, para sobrecustos das renováveis de 329M€, 228M€ e 111M€, há um sobrecusto na factura mensal média dos consumidores de 5.50€, 3.80€ e 1.90€, respectivamente. Tal traduz-se facilmente através da seguinte fórmula:

SOBRECUSTO_FACTURA =(SOBRECUSTO_RENOVÁVEIS x 0.0165) + 0.0579

Reparem que a fórmula está efectuada para o fornecimento dos valores de SOBRECUSTO_RENOVÁVEIS em milhões de euros/ano, enquanto o SOBRECUSTO_FACTURA resulta em euros/mês. Assim sendo, podemos ver o que esperar a mais na factura mensal da electricidade, baseado em dados recolhidos durante este ano de 2011:

AutorMontante
Sobrecusto
Montante
Factura
ERSE - Custos de política energética, ambiental ou de interesse económico geral 20112406 M€39.76 €
ERSE - Sobrecusto PRE 20111214 M€20.09 €
ERSE - Sobrecusto PRE 2010805 M€13.34 €
Ecotretas - Previsão Sobrecusto Renováveis 2011580 M€9.63 €
EDP - Sobrecusto Renováveis 2011509 M€8.46 €
APREN - Económico329 M€5.50 €
APREN - Ajustado228 M€3.80 €
APREN - Actual111 M€1.90 €

Os valores das primeiras três linhas, da ERSE, incluem os sobrecustos da PRE, que inclui sobrecustos em vertentes para além das renováveis, incluindo nomeadamente a cogeração e CMEC, entre outros. É confrangedor olhar para a minha factura eléctrica de Setembro e verificar que a diferença entre a estimativa do CIEG e o valor que efectivamente paguei, é inferior a 80 cêntimos!!!

As restantes linhas, que incluem a previsão do Ecotretas, estão nas linhas seguintes. Elas incluem apenas o sobrecusto das eólicas e solar. O quadro dá facilmente para perceber como a APREN e a Roland Berger nos querem enganar! Como se sentirão os participantes do focus-group, quando souberem que vão pagar quase 10 euros por mês para as renováveis? É que segundo a própria APREN e Roland Berger, as conclusões são claras (realces da minha responsabilidade):

As conclusões do Focus Group revelaram que o consumidor português é favorável e apoia a aposta do País nas energias renováveis, sentindo um elevado orgulho nesta opção e mostrando disponibilidade para pagar um custo adicional de 2 €/mês para financiar estas fontes de energia, desde que seja de uma forma clara e transparente.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ferros curtos na APREN

A APREN e a Roland Berger devem admitir que ninguém em Portugal sabe fazer contas, e que estão por isso à vontade para irem vendendo a banha da cobra pelos números que muito bem entenderem. Vem isto obviamente a propósito do estudo que elaboraram sobre os custos e benefícios da electricidade de origem renovável. Apliquei umas bandarilhas e ferros aqui e acolá. Agora vamos a uns curtos...

A APREN não gosta do termo "sobrecusto" e por isso substituiu-o por "diferencial de custos". O sobrecusto anual que a APREN calcula entre 2005 e 2010 (que depois tenta reduzir a um terço) é de 329 milhões de euros. Quando vi este valor, só me apetecia rir, até porque sabemos que os sobrecustos têm vindo a subir exponencialmente, pelo que o valor médio não tem hoje qualquer significado! O valor verdadeiro do ano passado foi efectivamente cerca do dobro! Vai daí, meti mãos à obra para calcular rapidamente os valores provisórios dos primeiros meses deste ano.

Para isso manteve-se como referência o valor de 95.4 €/MWh para a energia eólica, que tinha dado na posta das bandarilhas, confirmados por este documento ainda mais recente da ERSE, e de 340.6 €/MWh para a energia solar. Os valores de produção mensal de energia foram obtidos a partir desta página da REN, enquanto os preços médios foram retirados deste documento da OMEL (primeira tabela da página 39). Para os meses deste ano até Agosto, os valores são:

MêsCusto OMEL
(€/MWh)
Produção Eólica
(GWh)
Produção Solar
(GWh)
Sobrecusto Eólico
(Euros)
Sobrecusto Solar
(Euros)
Janeiro41.2692010498088002993400
Fevereiro47.9180915384194104390350
Março47.3287518420700005279040
Abril46.8570222340821006462500
Maio49.0246426215203207581080
Junho50.6466729298549208408840
Julho51.1588630392055008683500
Agosto53.6058126242858007462000
Total:
590417627924685051260710

Resumindo, nos primeiros oito meses do ano, o sobrecusto com as eólicas e o solar foi de cerca de 330 milhões de euros, curiosamente já ligeiramente superior ao valor da APREN e Roland Berger. Reparem também que o valor do solar já ultrapassou o valor de 2010, o que é função da introdução de cada vez mais potência instalada nesta energia confrangedoramente ineficiente!

Na verdade, o valor que avançamos é certamente o limite inferior do sobrecusto, pois como já referimos diversas vezes, e notavelmente nos gráficos deste post, a maior parte da energia eólica produzida é-o em momentos de baixo custo. Assim sendo, o valor real é certamente bastante superior, como a ERSE certamente confirmará em meados deste mês, e o qual calcularemos de forma exacta no início de 2012.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Óculos e Alterações Climáticas

Um leitor enviou-me mais uma notícia, daquelas de bradar aos céus. O alarmismo puro e duro, fundamentado ou não, é o que está a dar! Há décadas que sabemos que nos temos que proteger do Sol, mas agora temos que o fazer por causa das Alterações Climáticas! É o que nos diz o alarmista Público:

Estes perigos são agravados pelas maiores exposições, decorrentes das alterações climáticas, por isso a Protecção Civil até passou a divulgar alertas sobre níveis de radiação UV e seus graus de risco nos vários locais, nota Victor Ágoas, especialista no Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto. O Instituto de Meteorologia divulga diariamente mapas de previsão do índice ultravioleta.

O que mais surpreende na não-notícia, é a forma interesseira como os "especialistas" se apresentam. Os óculos deles são bons, mas os dos chineses não... Então, porque é que eles vendem também óculos "Made in China"? Enfim, o Ecotretas é que sabe: foi de férias em Setembro, e não gosta particularmente da praia às horas de maior calor (mais Sol). Façam como eu, dispensem é estes óculos, que só enriquecem aqueles que não interessam!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Comércio de Emissões é Crime contra a Humanidade

Até agora, os esquemas envolvendo as negociatas à volta do comércio de emissões de CO2 eram basicamente crimes financeiros 1 2 3. Agora passaram a ser um crime contra a Humanidade. Há pouco mais de uma semana ficamos a saber que 20 000 Ugandeses tinham sido escorraçados das suas terras, para dar lugar a plantações "verdes", para redimir os pecados carbónicos dos mais ricos do Planeta. O artigo conta mesmo a história de um miúdo de 8 anos queimado até à morte, por querer defender a sua cabana! A empresa inglesa envolvida neste caso é, segundo o artigo do NY Times, a The New Forests Company. A investigação original é da OXFAM, e a leitura do documento que lançou esta realidade para os Media ocidentais é das leituras mais deprimentes com que me deparei até hoje nesta vertente do ecologismo!

Pouco mais de uma semana depois surge a notícia de que 23 agricultores Hondurenhos foram "limpos" para dar lugar às plantações Verdes. Ao abrigo do CDM (Clean Development Mechanism), em Bajo Aguán, no norte das Honduras, esses 23 agricultores foram assasinados, a que se deve somar mais um jornalista e parceiro, segundo este documento que já data de Julho deste ano! Segundo o documento, estas mortes verificaram-se entre Janeiro de 2010 e Março de 2011. Segundo outras notícias, a realidade é ainda mais negra!

Como é que pessoas como o português Barroso ou a verde Hedegaard vão continuar impávidos e serenos, a sancionar estes crimes? Quando é que a Sociedade vai acordar contra estes crimes que se começam a descobrir, e que não serão os últimos? Ainda este Domingo morreu mais um, conforme se pode ver no primeiro vídeo abaixo. Da próxima vez que ouvirem falar das emissões de carbono, lembrem-se que há pessoas a serem assasinadas por causa disso, e que há viúvas e órfãos que ficam para trás para contar a sua história, conforme podem ver no segundo vídeo:

domingo, 2 de outubro de 2011

Desmontando mais o estudo da APREN

O estudo da APREN, efectuado pela Roland Berger, a que nos referimos inicialmente aqui, e no qual metemos o primeiro ferro aqui, tem muitos mais motivos de crítica. O estudo soma valores que lhe são convenientes, e subtrai outros, fazendo o inverso com a concorrência. E esconde muitos outros.

O custo das linhas de alta tensão é um desses exemplos. Elas tiveram que ser implementadas pela REN, para retirar do topo dos montes essa energia verde, poluindo ainda mais as bonitas paisagens das serras portuguesas. Mas para os habitantes locais, alguns deles mesmo sem electricidade, os benefícios foram apenas a poluição visual e sonora... Quem pagou isso? Foram os promotores eólicos? Não! Foram os contribuintes e consumidores... A APREN descontou esse custo? Pois claro que não!

Quanto custam essas linhas? A REN, no seu Plano de Investimentos 2006-2011, descrevia a tarefa de forma simples (todos os realces da minha responsabilidade):

A produção eólica é aquela que irá provocar maior impacto na RNT, não só atendendo ao seu significativo montante absoluto, mas também porque a maior parte do seu potencial se situa em regiões montanhosas do interior com consumos pouco significativos e caracterizadas por redes desenvolvidas para os meios de produção até então existentes. Por conseguinte, está-se perante um alargamento de excesso de produção que é necessário transportar para os centros de consumo.

E quanto é que custa ligar um Parque eolicozinho à rede? São segredos bem guardados, porque não é suposto o Zé Povinho saber. Comecei por um exemplo do Norte do País, daqueles bem perto das grandes cidades, como advoga a APREN e a Roland Berger. No Estudo de Impacte Ambiental da Linha Parque Eólico Alto Minho I-Pedralva a 150kV, podemos ver que os 52 Km de extensão da linha de Alta Tensão, com 125 postes, custaria cerca de 8 milhões de euros, só para chegar à subestação mais próxima! Subestação essa também nova, por certamente mais uns milhões... E esta é apenas uma linha para servir um dos muitos parques eólicos deste País!

Não foi preciso procurar muito para obter outras verdades nesta história deprimente. Da mesma REN, numa apresentação na Argentina, temos muitas coisas engraçadas no domínio eólico. Para este post destaco o seguinte extracto, que exemplifica como foi necessário esturricar ainda mais dinheiro nisto das eólicas:

Os novos centros produtores eólicos e hídricos previstos situam-se, na sua larga maioria, no interior norte e centro do País, em zonas montanhosas onde os consumos eléctricos são pouco significativos e onde a rede de transporte de electricidade não se encontra muito desenvolvida. Tornava-se pois imperativo escoar os elevados montantes das zonas interiores excedentárias em geração, para as zonas de maior consumo situadas no litoral. A rede de transporte existente não se mostrava minimamente adequada para fazer face às novas exigências pelo que foi necessário estabelecer uma estratégia para o seu reforço.

Mais abaixo, no mesmo documento, mais algum detalhe:

As zonas interiores do País onde se situa o potencial eólico tinham uma fraca estrutura de rede de MAT. Os únicos níveis de tensão aí disponíveis eram os 150 kV ou os 220 kV, não se mostrando suficientes para receber e escoar os novos montantes de potência. A decisão de reforço da rede ou se centrava no reforço destes níveis de tensão ou na opção por um escalão de tensão mais elevado. A escolha recaiu sobre esta última hipótese, por ser mais flexível e potenciada para fazer face às incertezas ainda existentes de localização e de montantes reais a serem instalados.

Ainda não estão convencidos da falsidade dos argumentos da APREN e Roland Berger? Pode-se argumentar que as barragens também estão longe, e isso é verdade! E as outras formas de energia? As restantes estão genericamente próximas dos grandes consumidores. No primeiro documento da REN acima, a resposta é clara, neste caso para o exemplo da cogeração:

Para além destes factores é ainda de assinalar que, na larga maioria das vezes, a cogeração se situa em zonas urbanas e/ou industrializadas onde a RNT tem, normalmente, uma estrutura bastante desenvolvida e, por conseguinte, com menores dificuldades de recepção por parte das redes de transporte e distribuição.