quinta-feira, 13 de outubro de 2011

As barragens da Biosfera - Parte I

O programa da RTP2, Biosfera, dedicou grande parte da emissão da passada terça-feira às novas barragens que se estão a construir em Portugal, como podem ver no vídeo do fundo deste post. Para quem não sabe, o Biosfera é o programa de referência da Religião Verde em Portugal, mas ultimamente tem-se revelado muito mais realista (como foi o caso deste exemplo), apesar de continuar a dar voz a clérigos líricos da Religião. Ainda assim, os fanáticos da Religião estão furiosos. Vejam os seguintes exemplos, retirados da lista ambio, vociferados por um tal "Antonio Eloy":

Date: Wed, 12 Oct 2011 23:06:53 +0100
E penso que talvez não volte a ver este programa dito de ambiente chamado Bioesfera.
Ver um propagandista da nuclear (o Pinto de Sá) ser o polo central de um chorrilho de disparates e indirecta promoção dos que minam o desenvolvimento de energias renováveis, com um discurso sobre custos sem um mínimo de credibilidade, que é comprado acefalamente pela menina apresentadora (e sobre as barragens o João Joanaz talvez convertido no nuclearista/ecologista também diz umas insanidades), além do discursos sobre comboios ser uma mera elocubração de ficção cientifica.
Julgo que o facto do Bernardino Guimarães ter sido despedido leva este programa ao charco.
Talvez alguma ebergia lhe reste para acabar de vez.
Eu desde logo não mais o verei.
Saudações
António Eloy

Quando uma colega lhe tenta meter algum juízo na cabecinha, o disparate do António continua:

Date: Wed, 12 Oct 2011 23:42:43 +0100
pois não vi argumento nenhum, a não ser uns disparates no ar.
Talvez o facto do Bernardino ter sido despedido tenha conduzido este programa a acefalia.
Não há um único dado que bata certo, o Pinto de Sá (e o passado fala por ele que até bufa) faz umas contas de merceeiro que nem sequer batem certas e a menina assume-as logo de entrada (por os dados serem incompletos e manipulados).
O Joao, infelizmente tropeça no seu proprio enredo, e o rapaz que fala de comboios não sabe o que diz... mas a ficçao cientifica é linda, aqueles bonecos adoráveis
Mas assim não vão a lado nenhum, ou melhor talvez consigam construir as tais três centrais nucleares....
Já não será no meu tempo.
António Eloy

E o disparate continuou hoje de manhã, e provavelmente não vai ficar por aqui:

Date: Thu, 13 Oct 2011 11:07:15 +0100
Basta, basta não considerar os custos marginais para estar tudo errado. E se acrescentar os custos do CO2 ainda mais.
Mas desde logo como viu, ou não reparou quando ele faz a média dos custos da produção em regime especial está a cometer um, mais um erro e manipulação grosseira, além de que considera na linha de textos do meu amigo, pessoa credivel e de merito , Jesus Ferreira esclarecido por mim no último nº do Instalador, custos exagerados para o Kw/h eolico.
Se aumentar 3 centimos altera logo tudo.
Mas o programa é feito para denegrir as energias renováveis, sem qualquer contraditório ( o joão manifestamente está noutra) e acumulando erros, manipulações e tontadas.
Case close.
Façam um programa a sério, e voltem a contratar o Belarmino!
António Eloy

O António e o restante clérigo está zangado porque o Prof. Pinto de Sá foi lá dizer umas verdades inconvenientes. Aliás, algumas das verdades que ele disse foram censuradas, conforme o seu post de hoje revela. Mas, enfim, já foi uma grande lança em África, porque do resto até mete dó! Tudo o resto foi realmente muito mau!

Cerca do minuto 1:00, aparece Joanaz de Melo, em representação da GEOTA, a acenar com um custo de 16 mil milhões. Ena! Pensei que a última vez que ouvira falar de custos das novas barragens, que era um valor inferior. Fui procurar, e tinha efectivamente razão! Há menos de um ano, em Dezembro de 2010, as principais organizações ambientalistas (GEOTA, Quercus, SPEA e outras que tal) anunciavam um custo de 7000 milhões de euros. Tudo muito bem publicitado. Fast-forward para Abril de 2011, e o custo dos ambientalistas já ía em 15 mil milhões. Mais uns meses depois, em Agosto de 2011, as contas já iam em 16 mil milhões!

Olhando brevemente para os documentos, percebemos que eles fizeram as contas a custos de 75 anos! Mas eu também sei fazer contas muito rápidas. Embora saibamos que os custos das renováveis estão a disparar, utilizando os valores do sobrecusto das renováveis de 2010, que foram de 640 milhões de euros, as renováveis no mesmo período custariam 48 mil milhões, ou seja três vezes mais que as barragens! E nem sequer estou a pensar calcular que seria necessário substituí-las aí umas três vezes durante esse período...